DEUS
NOS REÚNE EM TORNO DE SUA PALAVRA A FIM DE CELEBRARMOS
1ª Leitura: Nem 8, 2-6.8-10
.Sl 18B (19).
2ª
LEITURA: 1ª Cor 12,12-27.
Evangelho: (Lc
1,4;4,14-21)
Com a força do Espírito, Jesus
voltou para a Galiléia, e sua fama correu por toda a região. Ensinava nas
sinagogas deles e era elogiado por todos. Chegou a Nazaré onde se tinha criado.
Segundo seu costume, entrou num sábado na sinagoga e se levantou para fazer a
leitura. Deram-lhe o livro do profeta Isaías. Abrindo o livro, deu com a
passagem onde se lia: O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me ungiu
para anunciar a boa nova aos pobres; enviou-me para proclamar aos aprisionados
a libertação, aos cegos a recuperação da vista, para pôr em liberdade os
oprimidos, e para anunciar um ano da graça do Senhor. Jesus fechou o livro,
devolveu-o ao assistente e sentou-se. Os olhos de todos os presentes na
sinagoga se fixaram nele. Então começou a falar-lhes: “Hoje se cumpriu esta
passagem da Escritura que acabais de ouvir”.
Mais
uma vez nos encontramos para falar de paz e das lutas por liberdade, por
justiça e contra todo tipo de opressão. O evangelho de hoje fala exatamente
sobre essas coisas. Podemos dizer que Jesus iniciou sua vida pública neste
evangelho. Jesus entra na sinagoga, lê um trecho da Sagrada Escritura, escrito
pelo profeta Isaias (61,1-2) e ao terminar a leitura diz: "Hoje se cumpriu
esta passagem da Escritura". Com essas palavras, Ele afirma que veio para
libertar. A salvação se torna presente, através de Jesus. Durante a celebração
religiosa, na sinagoga, faziam-se duas leituras: uma da lei e outra dos profetas.
Qualquer um dos participantes poderia oferecer-se para fazer uma leitura. Jesus
ofereceu-se, levantou-se, escolheu esta passagem do profeta Isaias e fez a
leitura. Jesus iniciou a leitura, com estas palavras: "O Espírito do
Senhor me consagrou para anunciar a Boa Nova aos pobres". Já pensou? Boa
nova para os pobres? O que pode ser uma boa notícia para os pobres? Anunciar o
que para esses marginalizados, sem alimentos, sem saúde, sem dignidade, sem
nada? Realmente, será que Jesus teria algo de bom para anunciar aos indigentes
das praças e viadutos, aos idosos e menores abandonados? Que boa notícia
poderia ter para os favelados, aposentados e desempregados? A Boa Notícia para todos os excluídos chama-se
inclusão, aceitação, amor, libertação. Jesus é a própria Liberdade, Ele veio
para libertar-nos de tudo que nos separa de Deus e dos irmãos. Libertar-nos do
egoísmo e da ganância que geram pobreza, divisão, opressão e violência. Muitos
ficaram entusiasmados com Jesus, porém poucos acreditaram em suas palavras e se
escandalizaram com tudo que viam e ouviam. Era muito difícil acreditar no
carpinteiro que se transformara no Messias. Se fosse hoje, acreditaríamos?
Imagine aquele amigo de infância, que frequentou a mesma escola e que dividiu
conosco os mesmos brinquedos. De repente cresceu e agora se apresenta como o
libertador dos oprimidos, aquele que tem o poder de devolver aos cegos à visão.
Dá para acreditar? Para aquelas pessoas, certamente foi uma prova muito
difícil. Nós somos privilegiados, nossa geração é privilegiada, pois não fomos
submetidos a esse teste. Já encontramos tudo pronto. Nascemos dois mil anos
depois. Nesse intervalo, Jesus já nos deu milhares de provas do seu amor e do
seu poder, por isso, só não vive suas Palavras e não acredita, quem não quer.
Nós temos provas evidentes, por isso seremos também mais cobrados. Mesmo assim,
apesar de tantas provas, milhares e milhares não acolhem Jesus, não vão ao seu
encontro, não vivem suas Palavras, não lutam por dignidade e justiça, nem
promovem a paz. Jesus identificou sua missão através da Palavra de Deus. Nós
também precisamos fazer o mesmo. Evangelizar os pobres de espírito, libertar os
oprimidos pela sociedade, remir os prisioneiros das superstições e tradições,
recuperar as vistas daqueles que não querem enxergar e proclamar a Boa Nova a
todos os povos. Essa tarefa é nossa, esta é a missão de cada um dos seguidores
de Jesus. Somos convidados a fazermos parte do único corpo de Cristo, por
isso façamos, nesta liturgia, memória da prática, libertadora do senhor, o
ungido do Pai.
Pe.
Rosevaldo Bahls.
Cascavel,
24 de 01 de 2013.
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