quinta-feira, 2 de junho de 2011

Domingo da Ascensão do Senhor








Domingo da Ascensão do Senhor – Dia 05 de 06 de 2011. Ano “A”.
Exaltação e senhorio de Cristo
“Ide, pois, fazer discípulos entre todas as nações”.
Já se passaram 40 dias da Páscoa, a Igreja celebra a ascensão do Senhor. Na realidade, o que se celebra hoje é bem mais do que uma aparição na qual Jesus é elevado ao Céu. É toda a realidade de sua glorificação que celebramos aquilo que a cristologia das origens chamou a “estar sentado à direita do Pai”. Assim, a última aparição de Jesus aos apóstolos aponta para uma realidade que ultrapassa o quadro da narração. Por isso, não precisamos preocupar-nos em harmonizar o relato de Lucas na 1ª leitura em (AT 1,1-11) com aquela do Evangelho de (MT 28,16-20) aquela situado na região de Jerusalém, este, na Galiléia. Podem ser dois acontecimentos diferentes. O importante é que tenham o mesmo sentido: Jesus, depois de sua ressurreição, não veio para retomar sua atividade de antes sua advertência a Maria madalena em (cf.JO 20,17), nem para implantar um reino político de Deus no mundo, como muitos achavam que ele deveria ter feito (AT 1,6). Não, Jesus realiza-se agora numa outra dimensão, a dimensão de sua glória, de seu senhorio transcendente. A atividade aqui na terra, ele a deixa para nós; sede as minhas testemunhas... Até os confins do mundo (AT 1,8), somos nós que devemos dar continuidade ao seu projeto libertador a cada momento. Na ressurreição, Jesus volta a nós, não mais carnal, mas em condição gloriosa, para nos animar com seu Espírito (AT 1,8; MT 16, 20; [cf. JO 14,15-20 Domingo passado]). Deforma que ao celebrarmos a entrada de Jesus na glória, não celebramos uma despedida, mas um modo de presença; celebramos que Ele é realmente, o Emanuel, o Deus-conosco, para sempre (MA 1,23). Por isso, esse novo modo de presença é um aperitivo da realidade final: assim como Ele entra na sua glória, isto é, como Senhor glorioso, assim Ele voltará, para concluir o curso da história (AT 1,11). A minha preocupação não é como agente imagina isso, o sentido é que, desde já, Jesus é o Senhor do Universo e da História. (Sl 47[46]) e que nós, obedientes a sua Palavra, colaboramos com o sentido definitivo que Ele estabelece e há de julgar.
Como a encanação e a morte e ressurreição, também a Glorificação de Cristo deve ser entendida como um mistério, isto é, uma realidade transcendental (às nossas categorias empíricas), da qual a celebração religiosa nos faz participar. Celebrando a glorificação de Jesus, tomamos consciência de nossa própria vocação à glória, como exprime a Carta aos Efésios 2ª leitura (EF 1, 17-23). Também a oração do dia fala neste sentido (cf. prefácios l e ll).
Uma idéia que permeia a liturgia deste dia como em todo o tempo pascal, e que se exprime na oração sobre as oferendas e também na oração final, é que o cristão deve viver com a mente no Céu, comungando a realidade da glorificação de Cristo. Essa participação é um novo modo de presença Junto ao mundo, não uma alienação, mas antes, o exercício do senhorio escatológico sobre este mundo. Viver com a mente junto do Senhor glorioso não no dispersa de estar com os dois pés no chão; significa encarnar, neste chão, aquele sentido da história e da existência que em Cristo foi coroado de glória.
Pe. Rosevaldo Bahls
padrerosevald@terra.com.br
Cascavel, 01 de 06 de 2011.

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