quinta-feira, 13 de novembro de 2014

HOMILIA DO XXXIII DOMINGO DO TEMPO COMUM DO ANO A DIA 16/11/2014.
Os nossos talentos.

Primeira leitura Provérbios 31,10-13.19-20.30-31.
Salmo 127.
Segunda Leitura 1ª Tessalonicenses 5, 1-6.
Evangelho Mateus 25, 14-30.
Sejamos servos bons e fiéis!

A justiça de Deus não é como a nossa, e pode nos surpreender. Pois os últimos poderão ser os primeiros... Servir ao Senhor com fidelidade e confiança. Com a parábola dos talentos, Jesus quer revelar‑nos nossa real condição. Pode­ríamos pensar que somos livres e independentes e usar de nós mesmos e do que dispomos como bem entendermos, sem ter de prestar contas a ninguém. Mas o exemplo dos servos que recebem os talentos indica que somos criaturas de Deus. Nós mesmos, com tudo o que somos e temos, pertencemos a Ele. Teremos de prestar‑lhe contas de tudo, e disso dependerá o êxito de nossa vida. 0 que distingue os servos não é a quantidade de talentos (com efeito, os dons de Deus são variados e multiformes), mas sim a atitude individual. Os dois servos bons, recebidos os talentos, põem logo mãos à obra, fazendo‑os render o dobro, e prestam contas a seu senhor com prontidão, o qual os reconhece como servos bons e fiéis. Um servo bom e fiel aceita de bom grado sua posição e coloca‑se plenamente a serviço do seu senhor. Não segue as próprias ideias e os próprios humores. Não se distancia de seu senhor, mas identifica‑se com seus objetivos e seus interesses. Um servo fiel tem consciência do tesouro que lhe foi confiado e cuida dele com esmero. Após terem superado a prova, aos dois servos bons são confiados bens maiores. O senhor os chama a participar da felicidade plena: "Entra na alegria do teu senhor" (Mt. 25,21.23). Frequentemente no Evangelho se fala de "entrar no reino dos céus (Mt. 5,20; 7,21;18,3), "de entrar na vida" (Mt. 18,8‑9;19,6) e aqui se fala de "entrar na alegria". Para os que foram admitidos a tomar parte do Reino dos Céus, isto significa plenitude de vida e felicidade sem fim. 0 senhor não afasta seus servos bons, mas os acolhe no seu âmbito de vida, na sua plena felicidade. Não podemos atingir esse fim, que é a realização plena da nossa vida somente com as forças, nem por meio de um caminho escolhido por nós mesmos, mas somente a partir do serviço ao Senhor. Ambos os servos bons recebem a mesma recompensa, que não é determinada pela medida do desempenho, mas sim pelo empenho e fidelidade. 0 servo mau, já de início, revela um relacionamento desfocado com o seu senhor. Sente sua dependência de maneira pesada, negativa, opressora. Fica indignado com ele como se fosse um explorador que vive do trabalho de outrem. Por isso, não se lhe submete nem age de acordo com a vontade dele, Não desperdiça o que lhe foi confiado e não o usa para si mesmo. Deixa‑o intocável e o restitui tal como recebeu. O senhor o chama de servo mau, preguiçoso e inútil, alguém que fracassou completamente na sua missão. Por isso, não o admite à sua íntima comunhão de vida, mas manda que seja lançado fora nas trevas exteriores, onde não há alegria, mas choro por causa do sofrimento e ranger de dentes, por causa da raiva pela ruína que cada um atraiu para si mesmo (Mt. 8,12). 0 momento do confronto com o senhor só faz aparecer o abismo de separação que o próprio servo foi cavando. A exclusão da comunhão com Deus, significa trevas e escuridão, terror e desespero irremediáveis. É somente colocando‑nos a serviço do Senhor, usando tudo o que nos deu e confiou de acordo com sua vontade, que podemos alcançar a nossa realização. Não podemos desperdiçar displicentemente nossa vida e nosso tempo, nossas possibilidades e capacidades. Deus nos pedirá conta de tudo. É na confiança, porém, que haveremos de servir a Deus, não no medo.

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