1ª Leitura Isaias 60, 1-6
Salmo 71 “As Nações de toda terra hão de adorar-vos, ó Senhor”
2ª Leitura Efésios 3,2-3 a.5-6
Evangelho Mateus 2, 1-12
VIMOS A SUA ESTRELA
Na Liturgia da igreja, ainda dentro das festividades
do natal celebra-se nesse domingo a Festa da Epifania que significa
Manifestação de Deus. Há quem pense de maneira bem equivocada, que o
cristianismo é um grupo fechado para o qual Jesus se manifestou e se revelou
com exclusividade e por conta desse pensamento muitos há que se apossam da
salvação como se esta também fosse particular. Há outros ainda mais ousados que
tendo séria dificuldade para ser seguidor fiel de Cristo e do seu santo
evangelho, procuram adaptá-lo de acordo com suas conveniências ou interesses.
No passado realmente Deus escolheu o povo de Israel
em particular para revelar-se porém, chegando a plenitude dos tempos,
enviou–nos seu Filho Jesus Cristo que veio trazer a Salvação a toda humanidade
e não mais a uma pessoa ou a um grupo em particular.
No evangelho desse domingo, uns magos do oriente,
sobre os quais há muitas histórias, viram no céu um sinal e seguindo a estrela
chegaram até Jesus na manjedoura. Não conheciam as profecias, eram de outra
cultura religiosa, mas assim que viram a estrela no céu, puseram-se a caminho.
Não é de hoje que a humanidade sonha com uma Paz que
reúna os homens do mundo inteiro, em uma unidade que não exclua a
diversidade, afinal a humanidade tem algo em comum,
somos todos filhos e filhas de Deus, irmanados em Jesus, de diferente
nacionalidade, cultura, contexto histórico, social e político, mas somos iguais
porque Jesus veio para todos.
Ser igual não significa necessariamente um mesmo
jeito de rezar, de se relacionar com Deus, um mesmo rito e uma mesma maneira de
manifestar a fé, se fosse assim, os magos do oriente não teriam jamais visto o
sinal no céu. Quando pensamos na unidade de todos os povos e nações diante de
Deus, estaríamos sendo ingênuos se desejássemos uma uniformidade, Deus não nos
criou em série, mas temos cada um a nossa identidade própria, em uma
diversidade, que longe de ser obstáculo para a unidade, é fator que enriquece e
que solidifica a unidade.
O que faz a diferença é a fé, através da qual nos
abrimos para Deus na medida em que o buscamos. Deus se manifesta a todos mas a
reação de cada homem é diferente. Os poderosos e prepotentes como o Rei
Herodes, embora tenham o conhecimento sobre a manifestação de Deus, em vez de
se alegrarem, se sentem perturbados com esta manifestação divina, que os levará
a rever seus princípios e ideologias. Mas em todos os tempos da nossa história
sempre houve pessoas como os magos, que ao menor sinal de Deus, se põe a
caminho e ao encontrá-lo na simplicidade da vida, não hesitam em adorá-lo e
reconhecê-lo como único Deus e Senhor.
Abrir os cofres significa abrir o coração e a mente
para uma compreensão clara de quem é Jesus, pois ouro, incenso e mirra
significam a divindade, a realeza e a humanidade de Jesus. Deus é muito simples
e está sempre ao alcance de todos, nós é que às vezes complicamos demais,
quando queremos inventar fórmulas mirabolantes para se experimentar Jesus em
nossa vida.
Os Magos na viagem de volta mudaram o percurso,
iluminados pela luz da fé, todo aquele que conhece Jesus e o aceita como
Salvador e Senhor, começa a percorrer um outro caminho, que não passa pela
ambição dos poderosos e auto suficientes, mas sim pelo sonho dos que acreditam
e lutam por um mundo novo, onde embora diferentes, todos os homens se
reconheçam como irmãos e irmãs em Jesus, Filhos e Filhas de um mesmo Pai, que
os criou para viverem na plenitude do amor.
A Jerusalém envolta em luz e que atrai a si todos os
homens de todas as nações, não significa apenas um templo, mas sim uma
grande assembleia na qual se insere todos os homens
e mulheres de boa vontade, inclusive os pagãos, que como nos ensina o apóstolo
Paulo, na graça santificante reconheceram a presença de Deus em Jesus Cristo.
Pe. Rosevaldo Bahls
Cascavel, 03 de 01 de 2013.
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