quinta-feira, 20 de outubro de 2011

XXX Domingo do tempo comum

“Amarás o Senhor teu Deus e o teu próximo como a ti mesmo”


Ao contrário dos judeus que através dos doutores da Lei acrescentaram mais de 600 mandamentos aos Dez Mandamentos, Jesus resumiu tudo isso em apenas DOIS MANDAMENTOS: Amar a Deus e amar o próximo. E amar o próximo nem sempre significa ou resulta em gentilezas e sorrisos constantes. O amor ao irmão não significa ser bonzinho com ele o tempo todo. Pois às vezes a Correção Fraterna se faz necessária. Por ser uma mãe boazinha, você vai deixar sua filha, chegar em casa na madrugada dos sábados sem lhe dizer nada. É preocupante o trabalho pastoral realizado de forma individual sem unidade, sem a convivência da comunidade paroquial. Porém, se analisarmos as causas deste tipo de pastoral, ele é resultado exatamente pelo fracasso da vida em comunidade. Alguém com muito talento para dar e vender, com muita vontade de evangelizar, encontrou barreiras na comunidade de sua paróquia: competição, exclusão velada, indiferença, críticas, tudo isso gerado pelo ciúme, coisa muito comum entre irmãos. E para não ficar sem cumprir sua missão no mundo, essa pessoa partiu para um trabalho missionário individual, não por culpa sua. Parábola: Era uma família muito unida enquanto os filhos eram pequenos. O aniversário do pai coincidia com o dia das mães, e todo ano era uma mega festa que começava com um farto almoço que era emendado com a festa em si e que terminava lá pelas 22 horas ou mais. Aquele casal tinha três filhos: uma menina e dois meninos. Esses dois eram muito parecidos. Ambos eram: ambiciosos, talentosos, inteligentes e trabalhadores. À medida que iam crescendo, aumentava a competição que resultava quase sempre em sérios atritos entre os dois, sendo que um dia quase que se pegaram em socos e pontapés. Naquele ano o mais velho avisou que por andar muito ocupado, não iria participar da festa, e que iria comparecer apenas na parte da manhã. O outro, por sua vez, ao saber disso, avisou também que não podia participar do almoço e que só iria à parte final da festa. Isso deixou os pais muito tristes e desgostosos. Pela primeira vez não teriam os filhos reunidos na comemoração anual. Se nós que somos maus e cheios de defeitos ficamos magoados com as ingratidões dos filhos, Deus também não se agrada com as nossas rusgas, com nossos atritos, e mesmo brigas. Sem sombra de dúvida, o principal modo de agradar a Deus é agradando o irmão. Tratando-o bem, ajudando-o, corrigindo-o, etc. Jesus resumiu os dez mandamentos em apenas dois: Os fariseus e os saduceus reuniram-se e bolaram uma pergunta para por Jesus à prova. Então eles perguntaram: Mestre, qual é o maior mandamento da lei? Respondeu Jesus: Amarás o Senhor teu Deus de todo teu coração, de toda tua alma e de todo teu espírito. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás teu próximo como a ti mesmo. Nesses dois mandamentos se resumem toda a lei. Jesus resumiu os dez mandamentos em apenas dois: Amar a Deus e amar ao próximo. Como assim? Vejamos. Amar a Deus sobre todas as coisas. De que modo nós amamos a Deus? Rezando lendo o evangelho, indo à missa aos domingos e dias santos de guarda, pensando nas três pessoas da Santíssima Trindade, ouvindo e divulgando a sua palavra, acreditando em Jesus... Etc. Amar as pessoas como a nós mesmo: De que modo nós amamos as pessoas que fazem parte do nosso dia a dia na família, na escola e que são próximas a nós? Respeitando, evitando uma briga, não roubando, não prejudicando, sorrindo, cumprimentando, perdoando, tolerando, ajudando, demonstrando interesse, compreendendo, falando bem, mostrando seus erros, corrigindo, não sendo falso, mas amigo de verdade, não fazendo fofoca, não estragando as coisas dos outros, não fazendo bagunça durante as aulas, não tendo inveja e não desejando o mal a ninguém, não fazendo brincadeiras de mal gosto, obedecendo os professores e os pais, tendo pena e ajudando: Os cegos, mendigos, paralíticos e outros deficientes, etc. Sendo honesto, dando esmola a um pobre, não mentindo, não sendo fingido, não caluniando, não guardando rancor, não tendo ódio, não sendo preguiçoso, não divulgando os defeitos dos outros, não ofendendo, não fazendo gozação, em fim, procurando acertar mais e errar menos, querendo para os outros exatamente o que desejamos para nós. Cristão é aquele que vive o amor de Cristo e trabalha para construir um mundo melhor, combatendo as coisas erradas, por exemplo. O cristão cresce, ou se valoriza como pessoa, quando ele se preocupa com o verdadeiro desenvolvimento dos outros. Quando procura viver como irmãos. E é esse amor fraterno que dá sentido a nossa vida e à vida das outras pessoas. Mas será que vivemos sempre esse amor fraterno? Será que no nosso dia-a-dia na família, na escola, no trabalho, nós nos esforçamos realmente para que este mundo seja melhor? Somos pessoas, e por isso nos relacionamos uns com os outros. Este relacionamento acontece ou é feito de várias maneiras: numa festa de aniversário, num jogo de bola, numa brincadeira etc. tudo é manifestação de convivência. E conviver é viver com os outros, como amigos, isto é, demonstrando amizade sincera, Isto é, desejando e fazendo para os outros exatamente aquilo que desejamos para nós, tratando os demais como nós gostaríamos de ser tratados também por eles. Todas as leis que existem no mundo feitas pelo homem, são cópias (disfarçadas ou não) deste segundo mandamento, que nos manda amar o próximo. Mas como grande parte das pessoas ignora o primeiro mandamento ( amar a Deus), elas tentam distorcer as leis, fazendo-as funcionar em defesa apenas dos seus interesses pessoais. Por causa disso, a sociedade precisa de: cadeia, polícia, exércitos, precisa usar a violência, processos, julgamentos, armas etc.
Quando na verdade, uma única coisa substituiria tudo isso e traria a felicidade para nós todos: amar Deus o próximo.

Pe. Rosevaldo Bahls

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