sexta-feira, 19 de agosto de 2011

XXIII Domingo do Tempo Comum - Ano A 28 de 08 de 2011.





O AMOR NA VIDA DA COMUNIDADE
O amável evangelista Mateus, que nos está guiando na Liturgia da Palavra deste ano, pondo-nos sempre tão perto de Jesus, nos oferece neste domingo três valiosas lições. A primeira se refere à correção fraterna. E só nomear o problema já nos faz lembrar que a Igreja é feita de homens, e que entre eles há santos e pecadores. Como diz uma de nossas orações eucarísticas, "somos povo santo e pecador", como que para sentirmos a grandeza dos dons de Deus que nos santifica, e a imensidão da misericórdia de Deus que nos perdoa. Pois bem, o evangelista nos ensina que, se houver na comunidade alguém que com seu pecado está dando mau exemplo e escandalizando, é preciso corrigi-lo como dever de fraternidade. E orienta em três etapas o modo de realizar essa correção. Primeiro, procurando uma conversa pessoal com o pecador. Se ele não se corrigir, leve- se mais uma ou duas pessoas para juntos conversarem com ele. Era a praxe do Antigo Testamento, como se pode ver no Deuteronômio (Dt 17,6). Só que o texto citado trata de uma providência jurídica, quase policial, ao passo que aqui é uma atitude de entendimento fraterno e com finalidade de edificação. Se, mesmo com a presença de mais irmãos, o pecador não se corrigir, então é preciso apontá-lo à comunidade. E a "última instância!" Se não quiser se corrigir, a comunidade terá que afastá-Io, como alguém que prejudica a todos e que desorganiza a comunhão. Cabe-Ihe aquilo que com o tempo se passou a chamar "excomunhão". Uma pena dolorosa, que teve sua aplicação em vários casos e em formas diversas ao longo da História. E só lembrar o caso do incestuoso de Corinto, como está no capítulo V da primeira carta de São Paulo a essa comunidade. É claro que sem jamais fechar a porta a uma possível e desejável conversão. O que, porém, o evangelista quer - o que Jesus quer! - não é condenar a pessoa, mas salvá-la. Daí todo o empenho de ir ao encontro do que erra, dialogar com ele - num diálogo pedagogicamente sábio -, tentar tudo o que for possível para convencê-lo de seu erro e fazê-Io,voltar, ao bom caminho. O Evangelho está repleto dessa idéia: Jesus é o Bom Pastor, que vai em busca da ovelha desgarrada. Não quer que ninguém se perca. Uma segunda lição que nos dá São Mateus é a do valor da oração em comum: “E eu vos digo também que, se dois dentre vós, na terra, se puserem de acordo sobre qualquer coisa para pedi-Io eles a obterão de meu Pai que está no céu” (Mt 18,19). E o grande valor da oração em comum. Se é verdade que Jesus ensina que tudo o que pedirmos ao Pai Ele atenderá – “pedi e recebereis, batei e abrir-se-vos-á” - aqui está solenemente ensinado o valor da oração em comum. Quando as pessoas se juntam para rezar, transformam-se numa grande força à qual se dobra a misericórdia de Deus. Que pensar então da oração de toda uma comunidade par9qufal ou diocesana? E da oração universal de toda a Igreja? E uma força que se ergue na direção do céu, com ímpeto suavemente forte de uma imensa confiança. “E Jesus ensina ainda, aqui em São Mateus, outra grande verdade: Onde, na verdade, dois ou três estão reunidos em meu nome, eu estou aí no meio deles” (v. 20). Como os antigos hebreus acreditavam na presença de Deus - a "shekiná" - entre eles, nós, cristãos, acreditamos na presença de Cristo. Cristo é Deus! E é Deus-conosco. Que imenso conforto para nossa fé saber que Cristo nunca está longe dos seus! Onde nos reunimos em seu nome, “Ele está no meio de nós", como proclamamos numa das mais conhecidas fórmulas da oração litúrgica. Que esta verdade jamais seja esquecida por nós!
Pe. Rosevaldo bahls
padrerosevaldo@terra.com.brCascavel, 11 de 08 de 2011.

Nenhum comentário:

Postar um comentário