quarta-feira, 27 de julho de 2011

XVIII Domingo do Tempo Comum 31/07/11 Ano A






JESUS TOMOU OS CINCO PÃES E OS DOIS PEIXES, ABENÇOU-OS E OS DEU AOS DISCÍPULOS PARA QUE OS DISTRIBUISSEM ÀS MULTIDÕES.

Irmãos e irmãs, neste XVIII Domingo do Temo Comum somos gratuitamente convidados a participar do banquete messiânico. Jesus nos convida a alimentar de sua palavra e da eucaristia para que nenhum de nós venhamos a passar fome. Jesus propõe a superação da fome e da miséria, pois ao se compadecer dos pobres e famintos, nos ensina que devemos ter compaixão e partilharmos com eles o muito ou o pouco que temos, pois Deus não abandona seus filhos, uma vez que nada e ninguém pode nos separar do amor de Deus por nós, manifestado em Cristo Jesus, nosso Senhor. Esta narrativa da partilha dos pães entre Jesus, seus discípulos, e a multidão, é encontrada nos quatro evangelistas. Contudo Marcos e Mateus apresentam a narrativa de uma segunda partilha bastante semelhante, como que em reprise desta primeira, porém diferenciando-se na medida em que a primeira acontece na Galiléia e a segunda em território exclusivo de gentios, fora da Galiléia. João Batista, que com seu anúncio do Reino de justiça atraia a si as multidões, foi preso e executado por Herodes, no que teve o apoio dos chefes religiosos das sinagogas e do Templo de Jerusalém. Eles temiam João por seu anúncio libertador, conclamando à prática da justiça, e pela sua grande acolhida entre as multidões. Jesus percebe que ele próprio também é passível de sofrer o mesmo processo repressivo. Assim retira-se para um lugar isolado com seus discípulos, indo de barco através do lago da Galiléia (chamado Mar da Galiléia). As multidões sabendo da partida de Jesus seguiram a pé, pela margem do lago acompanhando-o. Quando Jesus desembarca já encontra a multidão e vendo sua carência e suas necessidades, tem compaixão dela, curando os doentes. A presença dos doentes entre as multidões exprime uma situação de exclusão social, que favorece o surgimento e a proliferação das doenças. É muito expressiva a compaixão que invade Jesus diante destas multidões. A menção das curas sugere o empenho de Jesus em promover a vida entre estas multidões excluídas. Ao entardecer, os discípulos percebem as necessidades das multidões e sugerem que sejam enviadas para comprar comida. Jesus, porém, apresenta-lhes outra solução: "Vós mesmos dai-lhes de comer". Os discípulos alegam, então, que têm apenas alguns pães e alguns peixes. Jesus pede que sejam trazidos e, em seguida, são abençoados e partidos por Jesus. Os discípulos os distribuem. O gesto toca os corações dos demais, que traziam reservadamente seu alimento. Eles também partilham e todos são satisfeitos. A partilha é o gesto concreto do amor. O amor é contagioso e transforma a comunidade. A visão messiânica, a partir do Primeiro Testamento, deu origem à interpretação desta passagem como um espantoso milagre pelo qual os pães são multiplicados. Se o objetivo de Jesus fosse o de praticar gestos espantosos, então maior efeito teria se transformasse as pedras em pães, o que ele rejeitou na tentação que lhe foi feita em seguida ao recebimento do batismo por João Batista. Na partilha se dá a abolição de uma sociedade escrava do mercado pela implantação da nova sociedade livre, justa e fraterna, conforme podemos observar na primeira leitura.A benção de Jesus sobre os pães e peixes que os discípulos lhe trazem significa redirecionar a Deus aquilo que é de Deus. Significa desvincular os bens da posse excludente para libertar o dom de Deus em sua criação colocando-o ao alcance de todos. A benção liberta também o coração e a generosidade leva à partilha e à saciedade de todos. A sobra indica a eficiência da generosidade. A partilha é a expressão do amor de Jesus. Nada nos separa deste amor que se manifesta, hoje, nas pessoas e comunidades que buscam a justiça e constroem a fraternidade.
Pe. Rosevaldo Bahls















Cascavel, 26 de 07 de 2011.OremosSenhor, meu Deus, abre nossos corações para o amor, fraternidade, solidariedade e partilha, a fim de que, diante de nosso próximo - um semelhante necessitado - sintamos a alegria de partilhar com ele o muito ou o pouco que temos, pois tudo que temos, Tú nos destes. Amém

Nenhum comentário:

Postar um comentário