sábado, 25 de junho de 2011

Jesus é vida e liberdade para todos






XIV Domingo do tempo comum, ano “A” Dia 03 de 07 de 2011.
Jesus é vida e liberdade para todos
Em tempo de profundas crises sociais surgem muitos messias com seus pacotes e planos para uma sociedade nova. A maioria deles acaba se tornando patrocinador de uma tirania maior. E os que sofrem são cada vez mais envolvidos nas malhas da miséria e da dor, restando-lhes “torcer para que dê certo”.
A proposta da liturgia deste Domingo é revolucionária. Só há um messias, e ele é pobre, manso e pacífico I leitura (ZC 9,9-10 Há uma esperança para um povo que sofre). Os capítulos 9 e 11 não são do profeta Zacarias. Foram escritos mais tarde. Formam aquilo que os estudiosos chamam de Segundo Zacarias. Embora recolham oráculos anteriores dispersos, é possível sintetizar esses três capítulos debaixo do mesmo tema: a vinda do Messias. A época à qual esses três capítulos se referem parece ser a que vai do fim do império persa (ano 331 a.C.) até a morte de Alexandre Magno (ano 323 a.C.), com a conseqüente divisão do império grego. Para o povo de Deus, esse é um tempo de grande esperança num libertador que acabaria com as guerras e os tributos pagos ao opressor, unificando o povo, reconstruindo o país e reconquistando a soberania nacional, como nos tempos do rei Davi. Deus vai ao encontro desse povo que espera e luta por liberdade e vida. E por meio de um profeta anônimo (O segundo Zacarias) faz a comunidade se levantar e caminhar com as próprias pernas. Contudo, a comunidade deve estar atenta: a salvação não vem pela simples substituição dos poderes dominantes (os gregos que se impõem sobre os persas), mas pela criação de nova sociedade, construída em torno do Messias pobre que desmonta o aparato bélico e cria a paz. Ele desbanca os planos das elites, que o rejeitam. Os pobres, contudo, encontram nele esperança, descanso e vida (Evangelho de MT 11,25-30 Jesus é vida e liberdade para os pobres). Quem é Jesus segundo o Evangelho de Mateus? É aquele que veio realizar a justiça de Deus (MT 3,15). É, portanto, o mestre da justiça que se concretiza na solidariedade com a humanidade sofredora, levando-a a possuir a vida de Deus É o Emanuel (MT 1, 23), aquele que permanece conosco até o fim dos tempos (MT 28,20). O messianismo de Jesus continua hoje na proposta dos que o conhecem e o seguem fielmente, animados e possuídos pelo Espírito daqueles que o ressuscitou dos mortos. Eles não vêm o mundo e a história com se fossem dominados pelo fatalismo; pelo contrário, vivendo a vida no Espírito, optam por um mundo novo e transformado, onde a vida se manifesta com todo vigor (II leitura RM 8,9.11-13 A vida no Espírito). Paulo não fundou a comunidade dos romanos, mas conhecia pessoalmente muitos membros dessa comunidade (RM 16, 1-15), bem como, os problemas que os inquietavam de uma raça e culturas diferentes, e viviam em ambiente hostil e pesado. Um dos motivos pelos quais Paulo escreveu aos romanos é justamente a de animar e fortalecer o espírito cristão dentro desse contexto difícil. O capítulo 8 de Romanos pode ser resumido nesta frase: a vida no Espírito. Neste capítulo, Paulo apresenta os dois princípios básicos que orientam a vida do cristão: o Espírito que comunica a vida (RM 8, 1-13) e a filiação divina (RM 8, 14-30). Os versículos restantes do capítulo (RM 8, 31-39) são um hino a Deus que realiza seu projeto na história da humanidade.
Aos versículos da liturgia de hoje, portanto, são o desenvolvimento do primeiro princípio básico que orienta a vida do cristão: o Espírito que comunica a vida. Paulo apresenta uma das grandes antíteses encontradas ao longo de seus escritos: a incompatibilidade entre a vida e a vida no Espírito e a vida segundo a carne. A vida segundo a carne e est6ar longe de Deus, pautando a própria conduta segundo instintos egoístas; é a força que contrasta com o projeto de Deus. Asciedade3 romana defendia certo fatalismo das pessoas diante dos instintos egoístas, como se fossem determinadas a isso, sem alternativa de mudança. O ser humano seria devedor desse projeto de morte. Para Paulo, há uma força capaz de quebrar esse circuito fechado de egoísmo, pecado e morte. Essa força é o próprio projeto de Deus revelado em Jesus morto e ressuscitado, que comunica seu Espírito. Aderir Jesus na fé e assumir o Batismo enquanto compromisso com o Espírito de Jesus é a forma de passar da vida segundo a carne à vida segundo o Espírito. Em Jesus, Deus anistiou a humanidade envolta e arrastada pelo egoísmo. Com, a ressurreição de Jesus fomos feitos vitoriosos e ressuscitados com ele, aptos a possuir a vida em plenitude.
Pe. Rosevaldo Bahls
padrerosevaldo@terra.com.br
Cascavel, 21 de 06 de 2011.

Nenhum comentário:

Postar um comentário