sexta-feira, 20 de maio de 2011

4º Domingo da Páscoa – Dia 15 De 05 de 2011. Ano “A”.








“Eu sou a porta. Quem entrar por mim será salvo; Jesus, a porta de Pastores e Ovelhas”.
O 4º Domingo pascal é o do bom pastor: nos três anos do ciclo medita-se, no Evangelho o cap. 10 de S. João, a alegoria do Pastor. Neste ano “A”, é apresentada a introdução: a cena campestre do vaivém de pastores e ovelhas, mas também de assaltantes e ladrões, no redil comunitário das aldeias da antiga Palestina. As autoridades judaicas não entenderam essa parábola, pois só que crê entende Cristo. Segue, então, uma primeira explicação: Jesus Cristo é a “porta”. Conduzidas através d’Ele, as ovelhas encontrarão vida. Antes dele vieram pessoas que entravam e saiam, não pela porta, mas por outro lugar: eram assaltantes, conduziram as ovelhas para a perdição, para lhes tirar a vida. Pouco importa quem sejam esses assaltantes - Jesus parece pensar nos mestres judeus de seu tempo - nãos devemos seguir. O que import6a é a mensagem positiva: que passemos pela porta que é Jesus Cristo. Só o caminho que conduz através d’Ele é válido. Esta porta se situa, portanto, na comunidade dos fiéis de Cristo. Na comunidade que representa Cristo, depois da ressurreição, encontramos o que nos serve para sempre; teremos o mesmo acesso ao Pai que os Apóstolos tiveram em Jesus ( JO 14, 6-9). Jesus e sua comunidade são a porta que dá acesso ao Pai.
2ª leitura (1pr 2, 20b-25), continuação do Domingo passado, termina em termos que evocam igualmente a figura de Jesus - Pastor (1Pd 2, 25). Mas antes disso, Ele é também apresentado como servo de Deus de (Is 52, e 53), ( 1Pd 2, 22-24 ). Este é o exemplo que devemos seguir o caminho certo: não o dá violência opressora, mas o dá justiça que, para se provar verdadeira, não se recusa a sofrer. Este Servo é também o “justo” que Pedro anuncia no discurso de Pentecostes (1leitura: At 2, 36-41). Sua proclamação provoca arrependimento no Ca ração dos ouvintes: convertem-se e aderem ao circulo dos discípulos.
Parte da população de Jerusalém se converteu àquilo que Pedro anunciou. Essa conversão pode reter hoje, a nossa a nossa atenção. É o protótipo da atenção à Igreja em todos os tempos. Nós estamos acostumados a já nascer batizados, por assim dizer. Mas isso não quer dizer que nos tenhamos convertidos para aderir Cristo na sua Igreja. Pensemos naquela multidão que a pouco antes, desconhecia ou até dispersava o caminhão e a atitude de Jesus de Nazaré, ativa os pensamentos, havia conhecido sua crucifixão. Agora que Pedro, na força do Espírito Santo, lhes mostra que esta vida foi certa e coroada por Deus, , eles deixaram acontecer no seu coração a verdadeira metafonia, a reviravolta do coração; muda sua maneira de ver, sua escala de valores, em função daquilo que lhes foi pregado a respeito do Cristo. Essa metanóia é o passar pela porta que é Cristo, o recusar-se a ladrões e assaltadores, que vêm sem passar por Ele. É aderir a nada que não seja conforme Cristo,marcado por sua vida e situação no seu caminho. Será que nós fizemos essa conversão?
O tempo Pascal é um tempo de reflexão sobre a realidade de nosso Batismo e de nossa fé. Ora, nosso batismo não é real sem metanóia, sem mudanças de caminho, para conscientemente passar por Jesus Cristo. O batismo por conveniência não tem nada que ver com a conversão implicada do batismo verdadeiro.
Conversão como conhecimento do errado e adesão a Cristo com escolha de caminho reto é o que nos propõe a liturgia de hoje. Mas, apesar de certa austeridade nestas considerações, temos também o testemunho da gratificação vital que essa conversão a Cristo nos traz. Caminho com confiança o Salmo Responsorial, o salmo de Deus, nosso pastor (Sl 23, 22). Reconhecemos no mistério pascal a fonte da alegria sem fim. Aquele que é cordeiro, Pastor e Porta das ovelhas, sabe o que é, para nós, a passagem eterna...

Pe. Rosevaldeo Bahls
padrerosevaldo@terra.com.br
Cascavel, 10 de 05 de 2011.

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