quinta-feira, 17 de março de 2011

FRATERNIDADE E VIDA DO PLANETA: “A CRIAÇÃO GEME EM DORES DE PARTO”


1º Domingo da quaresma dia 13 de 03 de 2011. Ano “A”
O dom da graça frutifica em quem adora o Senhor e a ele presta culto.
Se a quaresma é um tempo de conversão, deve haver de que se converter, o pecado. Mas para muitos, hoje, já não há mais pecado. Sobretudo, para os que se iludem com seu aparente sucesso e não sentem na pele quanto seu pecado faz sofrer muita gente.
A história humana se move entre o projeto de Deus e o poder do mal. O mau tenta seduzir o homem para que o adore no lugar de Deus. ª leitura (GN 2,7-9;3,1-7 O pecado de Adão) e o Evangelho (MT 4,1-11 Tentação de Jesus) de hoje mostram como Satanás disfarça sua tentação por trás de bens aparentes:Conhecimento que nos faz capazes de brincar de deus, satisfação material, poder, sucesso...desde que adoremos o Diabo no lugar de Deus.!
Todo desde Adão até a nós, caímos muitas vezes. Chama-se isso o “pecado original”, o mal que nos espreita desde a origem, com as suas conseqüências. Será que se pode atribuir defeito à nossa origem? Deus não fez bem a sua obra? Fez bem, sim, mas deixou o acabamento para nós. Deixou um espaço para a nossa liberdade, par que pudéssemos ser semelhantes a Ele de verdade! E é no mau uso dessa liberdade que se manifesta a força do mal que nos espreita.
Somos esboços inacabado daquilo que o ser humano, em sua liberdade, é chamado a ser. Mas em uma única pessoa o esboço foi levado à perfeição, e essa pessoa nos serve de modelo. Jesus foi tentado, à maneira de nós, mas não caiu, não se dobrou à tentação do “Satanás”, do Sedutor. Ele obedeceu somente a Deus, não apenas quando das tentações do deserto, mas em toda a sua vida, especialmente na “última tentação”, a hora de sua morte. Por isso, tornou-se para nós fundamento de uma vida nova. Reparou o pecado de Adão.
As tentações de Adão e de Jesus nos fazem entender melhor a nossa realidade. O pecado tece uma teia em redor do ser humano, uma “estrutura de pecado”. Muita gente vive presa nessa teia: corrupção, vícios, mediocridade, violência, de uma sociedade que mata quem não mata... Ora, enquanto não somos solidários com Adão no pecado, Jesus se torna solidário conosco para resistir-lhe e para vencê-lo. A solidariedade no mal pode e deve ser superada pela solidariedade no bem, alicerçada em Jesus Cristo. Somos chamados a ser solidários em Cristo na sua “obediência”, pela qual ele supera a “desobediência”, de Adão e nos libera dos laços do pecado; e ser solidário com os nossos irmãos em Cristo em vez de “adorar” riquezas e vantagens que o demônio nos apresenta, e que resultam na opressão dos mais fracos.
Na primeira Igreja, a Quaresma era o tempo de preparação para o batismo, que significa e realiza a solidariedade com Cristo, superando a solidariedade com Adão pecador. Somos chamados a analisar essa vitória cada dia, enquanto nos preparamos para a renovação do compromisso batismal, na Páscoa.
Pe. Rosevaldo Bahls
padrerosevaldo@terra.com.br
Cascavel, 09 de 03 de 2011.

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