HOMILIA DO IV DOMINGO
DO TEMPO COMUM DO ANO DIA 01/02/2015.
Jesus
ensinava como quem tem autoridade.
Primeira Leitura Deuteronômio 18,15-20.
Salmo 94(95).
Segunda Leitura 1ªCorintios 7,32-35.
Evangelho Marcos 1,21-28.
“Todos
ficavam admirados com o seu ensinamento, pois ensinava como que tem autoridade,
e não como os mestres da lei”.
Dos que se casam e dos que não se casam. Somos convidados a viver em profunda intimidade com o Senhor. A partir do
momento em que tivemos a absoluta certeza de que o Ressuscitado nos chama para
o seu seguimento quis, e continuamos querendo, levar a sério nossa vida cristã.
Casados ou solteiros temos a peito esse seguimento do Senhor. Na epístola
proclamada na liturgia de hoje Paulo fala das “preocupações” do seguidor de
Cristo. Coloca o tema vivido pelos que se casam e pelos que não se casam.
“Eu gostaria que estivésseis livres de
preocupações. O homem não casado está mais solícito pelas coisas do Senhor. O
casado preocupa-se com as coisas do mundo, e procura agradar à sua mulher ou ao
seu marido e, assim está dividido. Do mesmo modo, a mulher não casada e a jovem
solteira têm zelo pelas coisas do Senhor e procuram ser santas de corpo e de
espírito. Mas a que se casou preocupa-se com as coisas do mundo e procura
agradar seu marido”. Estas
poucas linhas de Paulo não são fáceis de serem interpretadas. A impressão que
se tem é que ele privilegiaria a vida de consagração a Deus no estado da vida
de virgindade. Paulo, por vezes,
acredita que o tempo do fim esteja próximo. Então, o que importa é ocupar-se do
Senhor. Talvez, em parte, por esta razão essa preferência pelo não casamento.
As pessoas teriam menos preocupações. É preciso entender bem essa “preferência”
pelo estado virginal. Podemos
muito bem imaginar um casal cristão, vivendo a intimidade da união de seus
corações e de seus corpos, no seio de uma família com filhos, da vida social e
profissional completamente consagrado e de dedicado a Deus. Vivendo no meio do
mundo esses cristãos casados não absolutizam dinheiro, prestigio sexo e
casamento, mas vivem tudo sob a ótica do discernimento e do bom senso. Não é
simplesmente por causa do casamento que deixarão de estar com Deus, privar de
sua intimidade, viver sob o bafejo de seu amor na vida conjugal e familiar.
Pode ser que, algumas vezes, as preocupações pelas coisas da terra e as
vaidades impeçam uma maior união com o Senhor. Isso depende de cada casal e de
cada pessoa. Há pessoas que não se casam, e nem por isso se ocupam das coisas
do Senhor. Paulo dá a entender
que as pessoas que não se casam podem ser mais livres para o Senhor. Desde os
tempos apostólicos houve os que resolveram não se casar. Experimentaram uma
forte vontade de serem totalmente do Senhor e foram reservando seu tempo, sua
história, suas energias mais preciosas para o Senhor. Santo Antão, nos
primeiros séculos, inventou um gênero de vida marcado pela oração, jejuns,
ascese, pobreza e consagração virginal ao Senhor. Este estilo de vida ainda é
seguido hoje. Há os que não se casam, não por rejeitarem o matrimônio, mas
porque querem ter como única preocupação as coisas do Senhor… Essas pessoas
para serem significativas terão vida de intimidade total com o Senhor, farão
suas as preocupações de seu Mestre e vão se esvaziando de si mesmas. Paulo conclui: “O que eu desejo é levar-vos
ao que é melhor, permanecendo junto ao Senhor, sem outras preocupações”.
Será que os cuidados da casa, do
casamento, da família nos distanciam do Senhor? Como vemos a vida religiosa em
nossos dias?
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