quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

HOMILIA DO IV DOMINGO DO TEMPO COMUM DO ANO DIA 01/02/2015.

Jesus ensinava como quem tem autoridade.

Primeira Leitura Deuteronômio 18,15-20.
Salmo 94(95).
Segunda Leitura 1ªCorintios  7,32-35.
Evangelho Marcos 1,21-28.

“Todos ficavam admirados com o seu ensinamento, pois ensinava como que tem autoridade, e não como os mestres da lei”.

Dos que se casam e dos que não se casam. Somos convidados a viver em profunda intimidade com o Senhor. A partir do momento em que tivemos a absoluta certeza de que o Ressuscitado nos chama para o seu seguimento quis, e continuamos querendo, levar a sério nossa vida cristã. Casados ou solteiros temos a peito esse seguimento do Senhor. Na epístola proclamada na liturgia de hoje Paulo fala das “preocupações” do seguidor de Cristo. Coloca o tema vivido pelos que se casam e pelos que não se casam. “Eu gostaria que estivésseis livres de preocupações. O homem não casado está mais solícito pelas coisas do Senhor. O casado preocupa-se com as coisas do mundo, e procura agradar à sua mulher ou ao seu marido e, assim está dividido. Do mesmo modo, a mulher não casada e a jovem solteira têm zelo pelas coisas do Senhor e procuram ser santas de corpo e de espírito. Mas a que se casou preocupa-se com as coisas do mundo e procura agradar seu marido”. Estas poucas linhas de Paulo não são fáceis de serem interpretadas. A impressão que se tem é que ele privilegiaria a vida de consagração a Deus no estado da vida de virgindade. Paulo, por vezes, acredita que o tempo do fim esteja próximo. Então, o que importa é ocupar-se do Senhor. Talvez, em parte, por esta razão essa preferência pelo não casamento. As pessoas teriam menos preocupações. É preciso entender bem essa “preferência” pelo estado virginal. Podemos muito bem imaginar um casal cristão, vivendo a intimidade da união de seus corações e de seus corpos, no seio de uma família com filhos, da vida social e profissional completamente consagrado e de dedicado a Deus. Vivendo no meio do mundo esses cristãos casados não absolutizam dinheiro, prestigio sexo e casamento, mas vivem tudo sob a ótica do discernimento e do bom senso. Não é simplesmente por causa do casamento que deixarão de estar com Deus, privar de sua intimidade, viver sob o bafejo de seu amor na vida conjugal e familiar. Pode ser que, algumas vezes, as preocupações pelas coisas da terra e as vaidades impeçam uma maior união com o Senhor. Isso depende de cada casal e de cada pessoa. Há pessoas que não se casam, e nem por isso se ocupam das coisas do Senhor. Paulo dá a entender que as pessoas que não se casam podem ser mais livres para o Senhor. Desde os tempos apostólicos houve os que resolveram não se casar. Experimentaram uma forte vontade de serem totalmente do Senhor e foram reservando seu tempo, sua história, suas energias mais preciosas para o Senhor. Santo Antão, nos primeiros séculos, inventou um gênero de vida marcado pela oração, jejuns, ascese, pobreza e consagração virginal ao Senhor. Este estilo de vida ainda é seguido hoje. Há os que não se casam, não por rejeitarem o matrimônio, mas porque querem ter como única preocupação as coisas do Senhor… Essas pessoas para serem significativas terão vida de intimidade total com o Senhor, farão suas as preocupações de seu Mestre e vão se esvaziando de si mesmas. Paulo conclui: “O que eu desejo é levar-vos ao que é melhor, permanecendo junto ao Senhor, sem outras preocupações”. Será que os cuidados da casa, do casamento, da família nos distanciam do Senhor? Como vemos a vida religiosa em nossos dias?

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