MARIA DISSE SIM.
PRIMEIRA LEITURA 2º
SAMOEL 7,1-5.8b-12.14ª.16.
SALMO 88.
SEGUNDA LEITURA ROMANO
16,25-27.
EVANGELHO DE LUCAS 1,26-38.
Maria então, disse:
“eis aqui a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra” e o Anjo
retirou-se.
Maria disse SIM. Deus, através do seu anjo,
apresentou a Maria o seu projeto de salvação. Maria, após querer
saber como isso seria possível, concordou com o Plano de Deus, ou seja, ela
disse sim. E desde aquele momento, o Filho de Deus passou a habitar nela. No
sim de Maria, o sim da humanidade, aproxima-se o Natal do Senhor. Ao longo do
Advento a comunidade cristã foi-se preparando para viver o mistério do
Nascimento de Jesus. As comunidades cristãs multiplicaram tempos de reflexão,
viveram celebrações de reconciliação, prepararam-se para celebrar a memória de
um acontecimento que, vivido há mais de dois mil anos, continua a motivar os
crentes para uma vida marcada pelos valores do Evangelho. A liturgia deste IV
Domingo do Advento está dominada por três ideias-chave: o “sim” de Maria, a
construção do templo, a glória de Deus. O “sim” de Maria convida ao sim de
todos os cristãos. Dizer sim a Deus e aos homens significa uma generosidade
total para entrar no plano de Deus. Qualquer cristão podia hoje perguntar-se:
Senhor que queres que eu faça? (Evangelho). Construir um templo não é fácil. O
templo de David e o templo de Salomão foram obras reveladoras da fé do povo de
Israel. Há, porém um templo mais fácil de edificar que é o próprio “coração
humano”. É aí que Jesus deve nascer como nasceu em Belém. (1ª leitura). Mas o
grande objetivo de todas as celebrações natalícias é afirmar a glória do Nosso
Deus. Se o mundo de hoje anda longe da prática do Evangelho é cada cristão que
tem o dever de anunciar Jesus Cristo, porque só nele se revela o poder e a
glória do nosso Deus. A Anunciação do Anjo Gabriel. O que surpreende mais nesta
narrativa do Evangelho são as seis atitudes de Maria. Interpelada pelo Anjo,
como reage? Revela que está atenta ao que dizem as Escrituras. Maria sabe pela
leitura de Isaías que uma virgem conceberá e dará à luz um filho. Não pensava,
porém ser ela a escolhida, porém reage com um discernimento extraordinário. Ela
sabe que não pode conceber um filho porque não vive com qualquer homem. Quer
ser esclarecida e entende pelas palavras do Anjo que para Deus não há
impossíveis, tem consciência de que vai levantar muitos problemas que poderão
inclusivamente marginalizá-la na comunidade de Nazaré. José foi o primeiro a
reagir e o Anjo teve que lhe dar a explicação,
foi então que Maria disse um sim sem condições “servirei o Senhor como
Ele quiser”. Motivada pela presença de Jesus em si, sente a urgência da
caridade e vai ao encontro de Isabel, “o próximo mais próximo”. Finalmente e
com Isabel entoa uma oração de ação de graças, o Magnificat, estas seis
atitudes de Maria são reveladoras das linhas de ação novas que os cristãos
devem viver quando interpelados pelo projeto de Deus. Deus pede sempre e o
cristão deve saber dizer sim com consciência e com responsabilidade. A construção do templo, a história de David é
feita de fidelidades e infidelidades, mas Deus não deixa nunca de protegê-lo.
Tirou-o dos campos onde pastoreava os rebanhos, esteve com ele em todo o lado,
deu-lhe um nome grande que o prestigiou no seu tempo, preparou um lugar para se
apresentar como rei. Toda esta proteção de Deus exigia a construção de um
templo, um palácio onde o Senhor habitaria. Deus foi para David um pai, e ele
foi para Deus um filho. Porém, só o descendente de David iria construir o
grande templo que se tornaria referência para todo o povo: o templo de Salomão.
Compreende-se este texto em vésperas de Natal porque enquanto David e Salomão
viveram em palácios reais, Jesus vai nascer numa gruta de Belém. O coração do
cristão será como a gruta de Belém que na simplicidade e pobreza se dispõe a
acolher Jesus Salvador. Só a Deus glória e poder são diferentes a perspectiva
da mensagem cristã no mundo de hoje. Atualmente todos procuram ser conhecidos,
ser protagonistas, ter resultados, ser considerados, ter poder; Jesus, ao
nascer num presépio, apresenta-se na maior das humildades. Vem de uma cidade
pobre, Nazaré, a família vai ser recenseada em Belém, vai nascer numa gruta
perto dos animais, vai ser adorado pelos pastores e pela gente humilde. Só Deus
tem uma leitura diferente para este Menino que vai nascer, por isso, os anjos
irão cantar “glória a Deus nas alturas e a paz aos homens de boa vontade”. Será
Jesus a revelar, pelos tempos fora, a glória e o poder de Deus.
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