O CÁLICE POR NÓS ABENÇOADO É A NOSSA COMUNHÃO COM O SANGUE DO SENHOR.
A liturgia de hoje deve fazer penetrar em nós, – por seu rito e pela palavra que o explica, o sentido salvífico da cruz de Cristo, no sentido de que nós, cristãos, aceitando o esvaziamento de Jesus por nós e associando-nos a seu modo de viver e morrer entremos na comunhão eterna com ele e com o Pai.
“Ensina-nos a amar”… não sabemos amar, muito menos amar até o fim. Quem no-lo ensina é Jesus. “Antes da Páscoa… amou-os até o fim… eu dei o exemplo, para que façais a mesma coisa que eu vos fiz” (Jo 13,1. 15).
A 1ª. Leitura de Êxodo fornece o fundo histórico para situar a última Ceia como refeição pascal na vida de Jesus e nas raízes judaicas da liturgia cristã. Conta à instituição da refeição do cordeiro pascal no antigo judaísmo, com o sentido salvífico que Israel aí reconhece: a libertação da escravidão.
A história que João nos relata situa-nos nesse contexto da páscoa. Para os judeus a ceia pascal é a principal celebração em memória de sua história, e, portanto, de sua identidade como povo. Comemoram a passagem do Senhor Deus, que os libertou da escravidão e fez deles seu povo. Jesus, celebrando a Páscoa com seus doze discípulos, fez da Páscoa o memorial de sua passagem: sua missão da parte de Deus e sua volta ao Pai, através do dom de sua vida na cruz. Fez da Páscoa o memorial do seu amor até o fim.
Mais do que um gesto de humildade, o Lava-pés é uma demonstração muito concreta de compromisso de amor, de fraternidade. … “Amai-vos como eu vos amei”. Dai a vida como eu a dei por vós. Hoje – quinta-feira santa – este Jesus da última Ceia não é um Jesus romântico, mas um Jesus real que nos questiona a vida, que nos mostra o caminho (- difícil, sim! -) de esquecer-nos para ir ao encontro do outro. Não nos acostumamos com o sermos chamados de servos ou escravos ou servidores (é muito radical, é muito doido, é muito baixo, não condiz conosco mesmos).
Páscoa – Celebração Pascal – Cordeiro Pascal – Última Ceia de Jesus Ceia do Corpo e Sangue do Senhor. É aqui que nos encontramos hoje. Um Jesus que nos toma pela mão (e nos leva ao seu coração) para ensinar-nos a abrir o nosso coração – a Ele, ao Pai e aos irmãos. Somente assim celebraremos com Jesus a Páscoa que nos renova verdadeiramente: a Páscoa de Jesus, a nossa Páscoa de hoje em caminho para a nossa Páscoa definitiva na casa do Pai dele e nosso!
Pe. Rosevaldo Bahls.
Cascavel, 02 de 04 de 2012.
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