segunda-feira, 28 de março de 2011

3º Domingo da Quaresma



FRATERNIDADE E VIDA DO PLANETA: “A CRIAÇÃO GEME EM DORES DE PARTO” (RM 8,22). 3º Domingo da Quaresma dia 27 de 03 de 2011. Ano “A” Quem beber desta água que Eu darei nuca mais terá sede. A água é tão importante, é tão vital que a sua escassez até poderá provocar uma terceira guerra mundial. Sem água não há vida. Quando os Hebreus no deserto desafiaram Deus exigindo água, Deus lhes deu água física, percebemos isto na 1ª leitura (Ex 17, 3-7 os Israelitas no deserto pedem água). No Evangelho (Jo 4, 5-42 ou 4, 5-15b-39,40-42 o dom da água viva, Jesus o Salvador), Jesus conscientiza a mulher samaritana de sua sede bem mais profunda, não por água material, mas por “espírito e verdade”. Esta sede é aliviada pelo dom de Jesus Cristo que percebemos na 2ª leitura (Rm 5,1-2.5-8 Deus nos amou em Cristo, por oura graça), evoca o simbolismo da água para falar do “amor de Deus, derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado”. O batismo é a efusão do Espírito sobre os fiéis. Esse dom de Deus é gratuito. Os hebreus, no deserto, desconfiaram de Deus e acharam que deviam desafiá-lo. Mas o dom do Espírito, trazido por Jesus Cristo, que dá sua vida por nós, é pura graça. Nem sequer conseguimos pedi-lo como convém, porque ultrapassa o que pedimos, Por isso, devemos deixar Deus converter e educar nosso desejo, para que nosso desejo material nos leve ao desejo da vida no Espírito. Por outro lado, a consciência do dom espiritual (dom divino) não leva a desprezar o desejo material justo daqueles que realmente estão necessitados. O desejo fundamental conforme a vontade de Deus orienta também a busca dos bens materiais necessários e sua justa distribuição. Precisamos de verdadeira “educação do desejo”. Nossa sociedade consumista não “cultiva” o desejo, mas exacerba-o e o torna desenfreado... Em vez disso, devemos aprofundar nosso desejo, para que ele reconheça a sua meta verdadeira: a “água viva”, Cristo, o dom de Deus na comunhão com os nossos irmãos... O desejo da água natural significa o desejo de viver. Aliviada a sede, o desejo continua. Qual é seu fim? O desejo não é pecado: é vital, mas deve ser orientado, através das criaturas, para seu verdadeiro fim, o Criador. A Quaresma é, na tradição da Igreja, o tempo da preparação para o batismo. A água do batismo significa uma realidade invisível, aponta para satisfação de nosso grande desejo: a vida que Cristo nos dá, o Espírito de Deus, derramado em nossos corações. A “educação” de nosso desejo pode ser a preparação da renovação do nosso compromisso batismal. E a melhor pedagogia para isso é: começar a não mais satisfazer qualquer desejo mesquinho e egoísta, mas concentrar nossa vida em torno do desejo profundo – material e espiritual – de nós mesmos e dos nossos irmãos. Pe. Rosevaldo Bahls padrerosevaldo@terra.com.br Cascavel, 23 de 02 de 2011.

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